6 de janeiro de 2012

Um a Um - Parte V




"Você ganha forças, coragem e confiança a cada experiência em que você enfrenta o medo. Você tem que fazer exatamente aquilo que acha que não consegue." - Eleanor Roosevelt.




   Afinal, como não suspeitar de Guilherme após os fatos ocorridos? Tudo se ligava a apenas um caminho, que era o amigo. Eleonor, Maria e Alberto - sobreviventes do jogo psicótico Um a Um - suspeitavam de alguma ligação de Guilherme com  os assassinatos misteriosos que aconteceram com os amigos João - morto queimado -, Sara - a tiros na misteriosa casa da árvore, provável habitat do maníaco - e Lúcio - morrera no lugar de Eleonor para salvá-la. 
   - É bom acabar com esse jogo agora! - Exaltou-se Alberto, deixando voltar sua ira incontrolável. Subiu as escadas do chalé e foi ao quarto onde Guilherme dormia. Toda a força da massa muscular de Alberto chocou-se contra a face do suspeito, acordando-o. O sangue se revelou em seus lábios
   - O que foi?! - Guilherme arregalou os olhos. Pela primeira vez não repetiu a estranha frase sobre "o mal do tronco". De repente foi levantado pelo agressor com uma mão.
    - É melhor que fale se você é o assassino, ou eu... - Ele estava tão furioso com a situação que chegou o jogo, que seria capaz de fazer coisas  horríveis com o rapaz, não sabia o que faria, só tinha consciência que não pensaria na hora. 
   - Eu não sou o assassino, eu juro! Estou tão assustado quanto você... Eu fui o único que sobrevivi ao vê-lo. Ele não é bom. - Começou a chorar, demonstrava claramente que estava morrendo de medo, um medo maior do que a dor do murro de Alberto.
   - Onde eu posso encontrá-lo? - Ainda respirava ofegante, era difícil controlar o temperamento explosivo que nele morava. 
   - Ao norte da floresta... Mas por favor, não vá! - Implorou. Alberto não tinha o costume de ouvir conselhos nos ataques de fúria. Largou o amigo que ainda estava no ar e saiu pela porta com um machado em mãos.
   Maria e Eleonor choravam pela partida inesperada do amigo que certamente entraria na lista de vitimas do massacre. Por horas e mais horas a tensão aumentou e nada, não voltava.
   Quando as esperanças tinham completamente deixado as garotos, Alberto, com um golpe, abriu a porta. Seus olhos estavam perdidos, frios, sem expressão alguma. Ele suava como um maratonista. 
   - Eu vi algo, - disse sem que tivessem o trabalho de formular alguma pergunta - eu vi João, ele não estava morto, ele caminhava pela floresta recolhendo um tronco... Tentei falar com ele, mas não respondeu, apenas olhou e sumiu com a madeira. Ou ele é o assassino ou eu vi um... - não ousou continuar.
   - Ele não está vivo. - Opinou Eleonor. - Vocês dois o viram carbonizado e ao seu lado o canivete! 
  - Então devemos tentar responder à pergunta: estamos lidando com algo sobrenatural? - Disse Maria pausadamente.



   Na manhã do seguinte Eleonor não levantou de sua cama, por um simples motivo: ela estava morta. Mais do que o choque de uma morte, foi a arma usada: o canivete achado junto ao corpo de João. Nenhum dos dois conseguiram dormir naquela noite, mas não ouviram ninguém entrar ou gritar no quarto. Algo realmente estranho mudou o rumo dessa história.




Natural ou sobrenatural?
Continua.

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