19 de dezembro de 2011

Um a Um - Parte IV

 


   Guilherme tinha muitas alucinações após ter retornado. Todos faziam perguntas, mas a resposta era sempre a mesma: "O mal do tronco... Vai pegar um a um." Não falava nada além disso, sempre sussurrando. Todos não entendiam o sentido da frase. 
   Decidiram  reunir  e discutir alguma rota de fuga pela floresta, mas nenhum deles chegavam a um consenso, mas o assunto se desviou totalmente para a situação de Guilherme, a maioria se sentia ameaçada por ele, como se fosse um suspeito dos acontecimentos. Eleonor - que estaria morta se seu amigo não entrasse na frente do tiro - repetia que o assassino tinha uma mira infalível, Guilherme não era rápido como Lúcio, nem forte como Alberto, ele não conseguiria fugir do maníaco. João não aprovou as acusações que faziam de seu melhor amigo, dando um murro na mesa onde estavam. Saiu e foi ao quarto, encontrando-o.
   - Amigo, todos podem duvidar de você, podem te acusar, mas eu vou estar ao seu lado, sempre. - Disse João, porém não esperava por uma resposta.
   - João, fuja pelo sul da floresta. Foi esse o caminho que fiz, o louco não passa por lá, não conte para ninguém. Tenha cuidado com barulhos. Eu voltei para buscar os outros, mas quero que você vá na frente... - Sussurou Guilherme e virou para continuar a dormir.
   João demorou segundos para interpretar a fala do amigo. Ele não gostaria de partir e deixar os outros pra trás, mas foi exatamente o que fez. Pegou uma bolsa e colocou suas coisas. Saiu do chalé correndo, entrando na floresta.
    Correndo pela mata, sem ver, caiu em uma armadilha: um buraco escondido por folhas. Ele era muito fundo e úmido, a sensação de pânico dentro dele era terrível. João estava muito machucado pela queda. Mas o pior estaria por vir. Cada vez mais, ele sentia o som de passos aproximando-se dele, procurou esconderijo, mas não havia. A sensação da morte morava onde ele estava. Mas o som não era de ninguém que apresentasse ameaça, lá em cima, estava um cachorro, do tipo pit bull, ele não estava no temperamento normal de sua raça, ele tinha medo, como um cãozinho em meio a fogos de artifício, tremia e tentava se comunicar com João, de repente, quando olhou para trás, alguém lhe chuta para dentro do buraco. O cachorro e o homem, trêmulos, abaixo do solo, ambos machucados. O rosto do autor do chute foi revelada: a face da morte.




   Ninguém sentia a ausência de João, mas a reunião do grupo fora interrompida por outro motivo, um cheiro horrível, era como se queimassem as piores coisas que já presenciaram. Algo insuportável. Aberto observando, descobriu que a fumaça vinha de um ponto da floresta, o odor era assustador. Ele e Maria foram ao local.   Seria o fogo um sinal de vida? Alguém que poderia ajudá-los a sair de lá? O que seria afinal aquele cheiro? 
   O fogo vinha de dentro de um buraco, mas já estava baixo. Com um extintor que levaram, conseguiram apagar. Com certeza, quem fez aquilo usou gasolina, já que a floresta estava úmida. Mas algo lhes mostraram que quem fizera aquilo não era alguém que os pudesse ajudar, era um assassino. Havia parte de ossos e roupas carbonizados, mas o que lhes deixaram mais em choque, foi o fato de terem reconhecido um objeto: O canivete que pertencera a João, que estava ao lado dos restos.
   Ambos voltaram para a casa, Maria aos prantos. A partir daí viram que o jogo Um a Um era sério. O maníaco não estava brincando... 


Bem-vindo ao meu jogo.
Continua.

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