4 de dezembro de 2011

Um a Um - Parte III




   Amanheceu o dia e a procura do amigo Guilherme continuava pela floresta em pequenas duplas. Eles marcavam as árvores que passavam com um canivete, facilitando o retorno. Naquele momento, apenas Sara tinha consciência que eles corriam risco de vida, pois lembrava muito bem das palavras do assassino no DVD, por isso fez questão de ficar com o canivete, ela teria mais chances de sobreviver. Sara era egocêntrica e fútil, nunca mudou. Maria era a única que compreendia o jeito de ser da amiga, que sempre sofreu com os maus tratos de sua madrasta e seu pai, o magnata Eduardo Gourgel.  “Ela é apenas uma garota rebelde”, justificava Maria.
   Eleonor e Sara andavam pela mata que neblinava pela manhã. De repente, as duas foram surpreendidas por um tiro, que certamente tinha como alvo uma das duas, sem pensar, ambas caíram ao chão. Nenhuma enxergava a outra, foram cegadas pela névoa que era fortíssima próxima ao solo. Sara, sem hesitar, começou a arrastar-se pelo chão, na direção que lembrava ser a trilha na qual faziam. Eleonor não saiu do lugar.
    Ela engatinhou até que bateu a cabeça em algo de metal. Apalpou e chegou à conclusão que aquilo era uma escada. Começou a subir, subir e subir, quando olhou para baixo, viu a floresta sem neblina. A direção dava para uma casa de madeira na árvore. Ela pensou que talvez lá pudesse ter alguém que lhes prestassem socorro, uma das ideias que quando estamos em desespero, parecem a última saída.
   A casinha era de madeira que já estava podre, o chão rangia e continha alguns buracos possibilitando ver a quantos metros ficava do solo. Não havia janelas, apenas dois buracos nas paredes. Dentro dela estava apenas uma câmera apontada para um dos buracos da parede e uma mesinha com um objeto muito familiar para todos do grupo, Sara o pegou e colocou no bolso. Mas o maior susto de todos estaria por vir. Quando ela olhou a câmera e a paisagem que ela estava apontada, percebeu que o lugar onde pisava, era o mesmo em que o assassino gravou o DVD. O mesmo cenário que aparecera com sua narração, estava aos seus olhos.
   A porta se abriu, atrás dela, rangendo dolorosamente.
   - Eu tenho uma visita hoje? – Virando-se, ela viu a face do maníaco.




   Toda a turma voltou ao chalé, inclusive Eleonor que fora deixada para trás, chorando pelos dois desaparecimentos. Todos foram trocar de roupa, mas quando chegaram ao quarto, encontraram o corpo ensanguentado de Sara, no colchão que ela costumava a dormir. Todo seu cabelo estava com folhas e gravetos, com certeza fora arrastada pela floresta.
   Meio ao choro, ouviram cinco murros na porta. Alberto arrancou um cano pesado da cozinha e foi em direção à porta.  Ele era forte e tinha um comportamento destrutivo quando estava irado, já se envolveu em vários problemas por causa de seu temperamento.  Ele abriu e no meio segundo que ia atacar, viu de quem se tratava: era Guilherme.

   - O louco... – Disse ele desmaiando à porta.



Traidores estão mais perto do que desconfiamos.
Continua.

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